Câmara aprova MP que reduz IR sobre remessas de dinheiro ao exterior
Depois de quase oito
horas de intensa obstrução de partidos de oposição ao governo interino de
Michel Temer, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou ontem (15) a Medida
Provisória (MP) 713/16, que reduz de 25% para 6% o Imposto de Renda Retido na
Fonte (IRRF) sobre as remessas de dinheiro ao exterior. O texto agora segue
para apreciação do Senado.
A medida se aplica para despesas com gastos pessoais em viagens de turismo e
negócios, a serviço e para treinamento ou missões oficiais até o limite de R$
20 mil ao mês. A proposta também isenta do IRRF as remessas ao exterior
destinadas ao pagamento de gastos com tratamento de saúde e educação.
No caso das operadoras ou agências de viagens, o limite é R$ 10 mil por
passageiro. De acordo com o texto, para ter acesso à redução da alíquota,
as empresas deverão ser cadastradas no Ministério do Turismo e a remessa das
divisas terá de ser feita por instituição financeira domiciliada no País.
A redução da alíquota entrou em vigor em 2 de março de 2016, quando a MP foi
publicada, e valerá até 31 de dezembro de 2019.
Antes da aprovação, deputados do PT, PCdoB, PDT, PSOL e Rede obstruíram a
votação e criticaram as medidas que estão sendo adotadas pelo governo interino.
“Não estamos contra a medida provisória editada pela presidenta Dilma Rousseff,
mas contra o que o governo ilegítimo de Temer vem fazendo”, disse o deputado
Henrique Fontana (PT-RS), ex-vice-líder do governo de Dilma.
Os deputados também criticaram a inclusão na medida dos chamados “jabutis”,
matérias estranhas ao texto principal. Em especial, uma emenda do senador
Romero Jucá (PMDB-RR) que prorrogava até abril de 2020 “a alíquota zero sobre o
PIS/Pasep e Confins para a importação e venda no mercado interno de papel para
a impressão de jornais e periódicos”.
A aprovação da MP só foi possível após acordo envolvendo os líderes dos
partidos aliados e da oposição com a retirada, pelo PMDB, da emenda e o
compromisso do adiamento da votação de outra medida que trata do aumento da
participação de capital estrangeiro nas empresas aéreas. A proposta constava da
ordem do dia, mas, com o acordo, a votação foi adiada para a próxima
segunda-feira (20).
Iolando Lourenço e Luciano Nascimento - Repórteres da Agência Brasil
Edição: Fábio Massalli
Fonte: Agência Brasil