O
plenário do Senado aprovou ontem (29) a Medida Provisória (MP) 651/14 que traz
uma série de medidas de incentivo ao setor produtivo. A principal delas torna
permanente a desoneração da folha de pagamentos de contratação de pessoal. O
texto aprovado reduz permanentemente a tributação da folha dos atuais 20% para
1% ou 2%, dependendo do setor. Estão incluídos ainda setores que não foram
abrangidos pelas medidas anteriores de desoneração.A MP retoma o Regime
Especial de Reintegração de Valores Tributários para Empresas Exportadoras
(Reintegra), ampliando restituição da tributação paga pelos exportadores para a
Receita Federal até 3% para até 5%. O texto prevê também a reabertura do prazo
para adesão ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis), tanto para empresas como
para pessoas físicas. A adesão poderá ser feita até 15 dias depois que o projeto
de lei proveniente da medida provisória for sancionado pela presidenta Dilma
Rousseff.O texto no entanto enfrentou grande debate no plenário do
Senado por causa de duas emendas que foram aprovadas na Câmara. A primeira delas
trata da ampliação do prazo para o fim dos lixões e instalação de aterros
sanitários até 2018. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN),
chegou a retirar esse trecho, junto com mais dez, do texto da MP por se tratar
de assunto estranho ao principal da medida. Mas os deputados aprovaram a
reinserção dessa emenda e ela foi mantida no Senado.Outra emenda
polêmica acrescentada pela Câmara é a que permite que os débitos de pessoas
condenadas pelo Tribunal de Contas da União por improbidade administrativa
possam ser parcelados ou até reduzidos. Os casos de improbidade administrativa
incluem os de desvios de verbas públicas ou de agentes públicos que facilitam o
enriquecimento ilícito de terceiros.As duas emendas foram mantidas no
texto com o compromisso do senador Romero Jucá (PMDB-RR) de que a presidenta
Dilma Rousseff vetará os dois trechos inseridos pela Câmara dos Deputados. Os
senadores pretendiam derrubar as emendas, mas, se o texto fosse modificado, ele
precisaria retornar para última análise dos deputados e a MP poderia perder a
validade por decurso de prazo.“Por que é importante sancionar
rapidamente essa matéria? Porque essa matéria, depois de sancionada, dá 15 dias
de prazo para que as empresas possam optar pelo novo Refis. É importante que
isso ocorra ainda dentro do prazo do ano, exatamente pelo princípio da
anualidade e da programação financeira das empresas. Então, a posição assumida
pelo governo, que será reafirmada aqui pelo Senador José Pimentel, líder do
governo, é de que o artigo será vetado”, disse Jucá, solicitando que os colegas
aprovassem o texto.No fim, a matéria foi aprovada sem alterações em
relação ao que foi enviado pela Câmara e com o compromisso dos governistas de
que os pontos polêmicos serão vetados pelo Planalto. Depois, o Congresso
apreciará os vetos presidenciais e decidirá se mantém o texto da lei conforme
publicado pelo Executivo.Mariana Jungmann
Fonte: Agência Brasil - ABr